Cachoeirão dos Rodrigues ameaçado por represa !
PAC tem projeto que afronta a natureza em São José dos Ausentes ! Veja o post ! Se informe !

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pescador sem rosto : A grande invasão ! A parte 1








O Irineu e o Iotti, como já contei em algum lugar, estiveram as margens do Silveiro e lá. enchergaram a luz.( Ou como diz o Tor em suequês, "- Êo fi a lúus". ) Eles faziam parte da AGAPIA, e promoveram juntos aos seus associados um esforço para desenvolver a pesca de truta lá nas terras da Potreirinhos. Houve boa aceitação dos propietários e as conexões de Mr. Antõnio Irineu Rocha, este ícone peloduro, este heróis dos Campos de Cima da Serra, abriu as portas da municipalidade que queria incentivar o turismo na cidade . Na mesma época surgiu um investimento de uma pousada-criatório-pesqueiro de trutas. O Vale das Trutas.

Passado um ano e era hora de desvelar ao mundo São José dos Ausentes como centro de pesca, o que um outro pescador ja conhecia e se falava a boca pequena agosto . Em 27 de Julho de 1997, a AGAPIA organizou a Primeira Expedição em Busca da Truta, e eu não sei quantos foram, mas foi A GRANDE INVASÃO.



Eu não podia ficar de fora, todo o pescador de fly do Rio Grande do Sul estava esperando por esse dia.

Pelo ponto de vista logístico foi uma mega indiada apesar dos esforços do Daniel Varela e do Marcos Bagatini, lojistas que ajudaram o nosso grupo a ir.
Éramos eu, o própio Daniel, o Benjamin Ratzkowski, o grande atador Roger "ganso" Silveira.É que na época nós tinhamos a menor idéia idéia de como ir. Saímos de Porto Alegre para Caxias numa sexta de tarde, aonde encontraríamos o pessoal para pegar uma van sabado de manhã cedo, lá encontraríamos ainda o Tita Kroef, o seu filho Felipe e a Lú , que abraçaram esta ingrata. O meu grande amigo Nêgo Jairo e mais uma tropa de Caxias e Bento. Assim depois de tanto tempo, só tenho certeza do Lozzano , o atual recordista mundial all tackle da IGFA para robalo peva (nossa), Gilney Braido e o Claudio Rech.
Chegando em Caxias fomos conhecer a Loja Samburá/ORVIS, recém ampliada com estande de tiro e tudo mais, que possuia a melhor seleção de flyfishing do estado.
Paramos em um hotelzinho bem barato no centro de Caxias perto da igreja (São Vendelino?) e comemos o famoso baúru caxiense, único lugar do Brasil aonde não é um sanduíche.
O Benjamin, com sua educação e etiqueta perguntou se eu não me importaria de dividir o quarto do pernoite para ele poder me fazer algumas (várias) perguntas sobre material de pesca. Quem conhece ele sabe o que estou falando. E foi uma noite meio mal dormida.
Diz o Benjamin que eu ronquei, mas eu não sei bem porque estava dormindo. E ele nem me disse nada na hora, só foi me contar alguns anos depois.

"- Baaaaaaahh, que eu não consegui durmi, que parecia um trator....blábláblá...".

Não me lembro desta parte da historia.

Pegamos a estrada de Caxias-Lajeado Grande- Bom Jesus- São José dos Ausentes. Fomos em umas Bestas e eu acabei sentado de costas para estrada.
Foi o cão. Fiquei mareado total.




Viagem longa, cansativa em uma estrada ruim.

Chegamos lá ainda tinhamos uma esticada ingrata, ao invés e ir pescar tinhamos que ir a inauguração do Vale das Trutas.
Nínguém queria ir mas era a coisa certa a se fazer
O homem tem que fazer o que ele tem fazer. Deixamos as "ropa" na posada e levamos as tralha, porque pelo menos uns arremessos poderiamos dar. Ou sei lá fomos direto.




Mas pesq-pag é de "roder'. Muito peixe mas pesq-pag. Passado os sacrificos que se faz pela política, pelo menos podemos encontrar o resto da turma...
O Varella tava por lá, todo o clâ Scotti.
E os Iotti e o Irineu , for sure ! Tanta gente junto, foi uma fuzarca.
Vou dispensar detalhes pois alguns acontecimentos, eu não sei se já estariam prescritos pelo Código Penal Brasileiro.
A promessa é era de ir no outro dia de manhã ao rio
Pescar truta no rio. Trutas selvagens (pensava assim).
A moscas que passei meses aprendendo a atar iriam ter razão se ser, os livros que eu li, o treino. Ia estrear o wader! Eu ia virar o Brad Pitt ! Maldito filme. Finalmente...
Mas daí a noite chegou e trouxe um frio espetacular. Voltamos para Pousada Silveiro, aonde um jantar muito bom e especialmente farto nos esperava.
O frio tava demais e o pessoal tomou todo o vinho que tinha para tomar
.Tinha loco que puxou o colchão para a perto da lareira.
Tava super lotada com a nossa excursão de maniácos
Eu bobeei e fiquei sem cama para me deitar. Mas o destino foi justo comigo e se vingou dos espertalhões que sorrateiramente buscaram cama sem me avisar.

Eu tinha que arranjar um colchão, veio um funcionário de pousada e me indicou um armáro aonde haviam alguns. Tinham uns mulambentos e eu peguei um que tinha uma cara melhor, de espuma. O cara me corrigiu
"-Não! Pega dos outros que são de pelego! Muito melhor."
Arrastei um daqueles "piano" escadaria acima pois a esta altura só havia espaço no chão do sótão. Fui até o Benjamin que estáva instalado em uma cama confortável.
E perguntei se eu poderia me instalar junto aos pés das camas. Ele meio que exitou. Não entendi na época, achei um pouco rude, mas os temores dele acabaram se justificando.
Eu estava pronto para dormir e sonhar embalado pelas histórias da famíla Boeira e as trutas de antigamente. Como aquela de três kilos que foi pega por alguém em um espinhel em algum lugar do rio.
Meus amigos. Se voces nunca dormiram e um colchão de pelego devo lhes dizer que é fabuloso. Me deitei lá, cansado e com a dose certa de vinho para empurrar o fuca e fazer pegar no tranco. Foi um noite maravilhosamente bem dormida, não me lembro de outra tão boa em toda a minha vida. Houve uma pequena interrupção quando eu ouvi um barulho, um pessoa gritou..
"-Me atiraram uma bota."
"-Desculpa , eu "erêi"."
Alguém com distinto sotaque de Bento levantou e disse :
"Vou no banheiro, não consigo dormir!"
"Aproveita e pisa na cabeça deste desgraçado."
Notei que a bronca era comigo, ainda que rindo fingi que ainda estava dormindo.
Estando tão bem acomodado naquele colchão de pelego. Em pouco tempo voltei a dormir.
De manhã cedo. Café da manhã e pesca. Ueba!
O Benjamin tinha um cara abatida.
E eu me sentia espetacular, caminhando na ponta dos pés como um Cassius Clay.
Apareceram o Gilney e o Rech que me disseram com aquele "erre" fraco do pessoal da serra (ére):
"- Puta qui pariu... mas tu ronca !

A minha teoria é que o meu suave roncar foi ampliado pelo chão de madeira do sótão e reverberou no teto nu da pousada.
Francamente eu não ouvi nada
Dormi com um anjo e no entanto tinha umas dez pessoas que queriam que eu fosse para o inferno.




(continua...)




P.S. A foto é daquele dia de pesca no rio Silveiro. 50 metros de rio, 6 loco.


Tags: , ,
Powered by
Qumana







Nenhum comentário: