Cachoeirão dos Rodrigues ameaçado por represa !
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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A grande Invasão. Epílogo.




Eu sei lá como mas na primeira vez que entrei em um rio para pescar trutas, tava fazendo bonito. No estilo, como diz o Gregório, ninfeando pocket water.  Usando uma larva de caddis como mosca e pegando consistemente.




Alguns metros atrás de mim estavam dois pescadores de Santa Catarina, tentando pescar em uma parte do rio que me parecia impossível ter peixe. Tavam passando trabalho.
E eu, um gigante no rio, já tinha pego uma meia dúzia de trutas.
Tava me achando o Mel Krieger do Rio Silveiro.

Então disse para eles que se juntassem a mim e expliquei como eu estava pescando.
Eles se postaram um pouco rio acima de mim, o que matouo meu arremesso.
Por certo que eles passaram a pegar peixes e eu parei. Fiquei esperando uma aflitiva meia hora  para ver se eles correspondiam a minha gentileza e se arrancavam do "meu" pesqueiro.
Ms como todo pescador que já pescou em molhes, em especial a turma do robalo do Mampituba, sabe que a ética entre pescadores não é muito profunda.




Só me restou contar com a minha já "comprovada" habilidade de ler o rio e achar peixe e ir para outro ponto do rio. Cruzando o rio um pouco acima daquela ilha fica um campo que se vai ao morro. Mas a visão que se tem da montanha que antes estava a minhas costas e parcialmente encoberta pela vegetação da ilha é incrivel. Como o rio se abre e faz uma curva junto a um pirambeira que tem um mato de pinheiros que escala até o topo..
Do outro lado do rio haviam menos pescadores então eu teria mais lugares para tentar. Estava esquentando e as minha primeiras tentativas foram inertes.
Troca a mosca.
Troca de lugar.
Uma corredeira, depois outra. E nada
O rio estava me dando uma lição de humildade. Passava o tempo e se aproximava a hora de ir embora. Eu comecei a ficar tenso.




Passei por um lajeado e  abaixo dele aonde o rio começava a se inclinar e correr com mais vontade estava o Jairo, feliz da vida, pegando uma atrás da outra. "-Montana." Ele gritou. Era a mosca que ele estava usando. Um imitação de larva de stone fly amarrada em chenille negro e amarelo. Ele atirava  rio abaixo. Recolhia. E peixe !
Mas para mim aquilo não fazia sentido, ele estava pescando uma larva como se fosse um alevino. Era teórica e até  moralmente errado. Pelo menos eu pensava assim na época. Ainda estava engatinhando no aprendizado da pesca da truta e tudo que eu sabia era que a montana era uma mosca muito pegadora. Mas aquilo me aparecia errado.




Mas pensando bem, na pressa quem tem tempo para saber a diferença. Todos os gatos são pardo na meia luz. Não existe mulher feia vocês que bebem pouco.
Resumindo, na corredeira, se parece com comida, deve ser comida !
Mas se era para  parecer com comida que pelo menos fosse um streamer. Um mosca para pescar em corredeiras recolhendo rio acima, uma imitação legitima de alevino.
Eu tinha na minha caixa umas Matukas lindas, que eu tinha aprendido a atar com o Táti Tachini quando ele esteve em Porto Alegre. O dorso e rabo da imitação são criados pelo perfil de uma pena amarrada longitudinalmente nas haste do anzol.
Em teoria, eram trutas muito pequenas para se alimentar de peixinhos. Deveriam comer só insetos. Mas existem outros motivos porque um peixe ataca. Algumas mosas são chamadas de atratoras, por não se aprecerem  muito natuarais e ainda assim dispara ataques e outras de irritadoras, que em nada se parecem com presas mas que disparam ataques ferozes, talvez por reperesenatarem ameaça ao território do peixe.
Mas como saber o que encherga um truta e como  percebe as coisas.
Se funciona não tem porque não tents  e além do mais eu ainda estava um pouco traumatizado de ter sido escanteado do meu pesqueiro e com  as tentaivas frustradas qeu se seguriram.
Resolvi apelar  ao modus operandi do Jairo. Mas botei uma Matuka, por uma  questão de dignidade.
Descendo um pouco mais o rio a corredeira se concentra junto ao barranco formando uma água mais profunda, junto a um juncal. Certamente ali haveria  de se achar peixes protegidos e em água mais fresca, ativos e pronto para caçar. O lugar ideal para fazer uso da sink tip.Que além de levar a mosca mais ao fundo adiciona uma ação vertical a isca quando do recolhimento.




Um arremeesso mais comprido para fora da corredeira. O fluxo da água trata de trazer a mosca para a zona de pesca. Só uma questão de acertar o tempo de recolhimento da linha.




Uma puxada na linha , uma pausa, outra puxada . TRUCHA !
Mas não era bem que eu esperava. Era mais forte. Uma pegada agressiva, deveria ser bem maior. Quando eu finalmente subjulguei a truta, era igual as outras. Mas a batida foi uma surpresa. O peixe que, na correideira, ataca  uma presa que está tentando fugir o faz com sofreguidão e a pressão da água amplia a força dele na briga.
Se não foi a forma mais elegante foi a mais emocionante.
E depois vieram outras.




Se aproximava a hora de ir embora. O corpo já estava cansado e a fome já estava mandando lembranças.
Mas eu estava pronto para ir embora pois mais uma vez eu era um gigante.




Vinha subindo  um outro pescador. Não me lembro o nome, infelizmente. Que me  viu pegar um peixe e disse que um momento com aquele deveria ser guardado. Eu estava pescando sozinho, e ninguém tinha tirados fotos de mim. O sujeito foi um gentelman e se ofereceu para tirar uma foto.




E a foto lá do início A truta mal aparece nas minhas mãos e pensando bem não era um peixe tão pequeno. Afinal, repousava na mãos de um gigante. O gigante gentil que a devolveu em plenas condições a  àgua.




Hora de ir embora e aparentemente eu havia vencido o rio. 2x1 era o placar em meu favor. Fui cruzando o rio para me encontrar com os meus amigos.
O rio queria vingança e a poucos metros de chegar a terra firme, ele me deu uma rasteira, cai de costas, felizmente em uma parte rasa. Mas com água o suficiente para encharcar as minhas calças. E ao contrário do meu primeiro peixe que ainda que estivesse cercado de outras pessoas, ninguém viu. Este tombo, todos so que ainda não tinahm cruzado o rio fizeram questão de ver.




2x2. Aparentemente o rio não pode ser vencido




Do outro lado do rio havia uma grande multidão se formando. Todos felizes e satisfeitos. Nem repararam enquanto eu passeava de cuecas tentando me trocar da roupa molhada.
Todos aqueles pescadores se cumprimentavam e tiravam fotos comemorativas daquele grande dia . E certamente, como eu, nunca se esqueceram como foi ser um herói na grande invasão.







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