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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A River Runs Through It....

"Nada é para sempre" é um filme muito bom de Robert Redford, ganhou o Oscar de melhor fotografia para Phillipe Rousselot. Baseado no livro cujo o nome é título deste post, escrito por Norman MacLean. O livro são três contos semi-autobiográficos  do autor . O primeiro conto, de cento e poucas páginas é o tal " A river runs throught it" que se alguém não teve melhor sorte de ter lido pode ter tido a boa sorte de ter visto o filme. Que como dizem lá em Bom Jesus: " Também é muito bom !"


Eu gosto muito livro porque é cheio de pesca e pescadores, o que torna ele desinteressante para muitosmase principalmente por que é escrito de forma belíssima  Muitos críticos os desprezam e muitos mais o veneram.


Nas fofocas que li na web dizia em algum era considerado barbada para o Prêmio Pulitzer, porque na época de seu lançamento recebeu indicação unânime da crítica. Mas como era por demais autobiográfico foi desqualificado  pela oranizaãodo prêmio como obra de ficção.


A beleza da história  fez que muitos cineastas por muito anos tentassem adquirir os direitos de MacLean.  Este sempre rejeitou as proposta pois considerava a história "um poema de amor a sua família" e não queria que uma adaptação cinematogárfica estragasse seu conteúdo.
Diz a lenda que William Hurt foi até Montana para convencer o autor.
Primeiro convidou-o para pescar mas como não tinha licença o velho professor disse que não pescaria com alguém que não tinha licença
Hurt voltou no outro dia, com licença, queria que MacLean o visse pescando, na esperança que suas habilidades contassem a favor. Ao fim do dia perguntou se ele não poderia interpretar seu irmão Paul.
E MacLean disse : " Olha, tu pesca bem mas não tão bem quanto Paul.".
Hurt indagou se ele poderia então ser Norman. E o escritor replicou : "Claro que você poderia interpretar Norman MacLean., Mas ele não tinha  80 anos na época em que passaram os eventos que eu conto na história.... "


Alguns anos depois em 1990  Robert Redford adquiriu os direitos. Foi o ano do falecimento do autor que talvez fizesse algumas objeções ao filme mas certamente ficaria feliz com a beleza como foi retrada a natureza de Montana, que ele tanto amou e como o filme tenta ressoar o poema de amor a sua familia.


Uma coisa que ele talvez viresse a desprezar no filme foram suas consequências. A pesca com mosca virou fabre yuppie e todos os rios secretos pescados por anos e anos com tranquilidade por velhos pescadores foram inundados por neófitos tentando capturar a magia de se pescar trutas com mosca seca (eu inclusive, mas eu sigo empedernido, enauqnto a maioria desistiu). Mas estas foram as más consequências.
Houveram as boas também.
A indústria explodiu que levou ao desenvolviemnto de novos materiais, de melhor qualidade e nos últimos anos mais baratos, uma vez  que a produção se tornou maior em escala. E ao invés de produtos artesanais feitos na montanhas do Colorado, no interior da Inglaterra e até mesmo na Patagônia Argentina ( nos bons tempos que  Roberto Saconni usinava carretilhas S.T.H. em San Martin). Hoje são produzidos na Asia materiais de excelente qualidade produzidos com usinagem guiada por CAD e varas de graphite boas pela metade do preço de  10 anos atrás.
Mesmo o mais rançoso pescador do rio  Battenkill  a de concordar que isto é uma boa consequência de "o filme", como costumam se referir com desprezo.


Li em algum review que considerava um novela média mas com um final que talvez fosse  o mais bem escrito na língua inglesa.


Uma injustiça pois é história é recheada de passagens belissímas. O único entrave e comunicar a não pescadores as passagens que se referem a pesca. O que o filme faz de forma visualmente  maravilhosa.
(E  o  que de bom se tirou disto)?


Mas o final é sem dúvida sensacional. A ponto que o filme termina citando ( em narração)  quase ipsis litteris os últimos parágrafos. Só posso  terminar este post do mesmo modo, perdoem a tradução:


"Agora quase todos aqueles que  eu amei a não entendi quando eu era  jovem estão mortos, mas eu ainda me aproximo deles.
Claro, agora eu sou muito velho para ser um bom  pescador,e agora  é claro eu costumo pescar as grande águas sozinho, apesar de alguns amigos pensarem que eu não deveria. Como muitos outros pescadores  no  oeste de Montana aonde os dias de verão são quase árticos em comprimento, eu geralmente não começo a pescar antes do frescor do entardecer. Então na meia-luz ártica do cânion, toda  existência  esvaece para um ser com a minha alma e memórias e os sons do rio Big Blackfoot e o ritmo de quatro tempos e a esperança que um peixe irá subir.
Eventualmente, todas coisas se fundem em uma, e um rio corre através. O rio foi lapidado pela grande inundação do mundo e corre sobre pedras que vieram das fundações do tempo. Em algumas das pedras estão as gotas de chuva eternas. Sob as pedras estão as palavras,  e algumas destas palavras são própias.
Eu sou  assombrado por águas."


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4 comentários:

Anônimo disse...

Amigos,
a quem não viu o filme, gostando ou não de pesca, recomendo. As imagens são magnificas e a historia emociona com muito com uma direção de tirar o chapeu. Robert Redoford além de ser um cara legal, é competente.
Quanto ao texto do blog, so posso dizer: Brilhante!!! PArabéns Tinho!
Louis Philippe

Tinho Kessler disse...

Merci Mon Frére

FLYP disse...

Tinho! Parabéns! Sempre escrevendo com brilhantismo. Mas, não vai dar, vou ter que chupar esta tua tradução, está muito boa.
Baita abraço
Gustavo De Marchi

Tinho Kessler disse...

Valeu Gustavo. Fica a vontade.