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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Finalmente a Ambev me deu uma alegria...


Não posso dizer que a Brahma nunca tenha me dado alegrias. Me deu várias. E alguns desgostos, devido a ressacas. Mas sou co-autor nesses casos.
Depois que engoliu e Antartica se tornou uma multinacional gigante virou uma espécie de Império da Guerra nas Estrelas. Trabalhando em bar tu tens que lidar com uma empresa que meio dura de fazer negócio. O chopp é o melhor das industrializadas mas abusam do leverage que elas tem junto ao pequeno varejista. Sem falar do serviço de entrega ALL. Além do mais de quem foi a idéia de acabar com a Antartica Choppinho. 


Mas fora isso, a não ser o fato da minha irmã poder comprar Brahma em Los Angeles. A Brahma estava passando batida. As melhores cervejas nacionais são de longe as das microbreweries. Em especial Eisenbahn e da Abadessa.
Das gigantes acho que a uruguaia Patricia, a quatro conto o litro, vale cada tostão.  A cervejaria Salus é 48% de propiedade da AmBev, então alguma alegria a Ambev dá.


Mas esta semana o Diego me trouxe da noticias alvissareiras. Que tinha cerveja Lambic Kriek no Nacional para vender. Eu disse que tava sabendo devia ser boa mas era muito cara para encarar. "Não" ele disse. " A Belle-Vue. E custa um pouco mais de quatro pila."
UEEEBA.


O Diego ( Westphalen, primo , gremista, gerente do Botequim Carioca)   se tocou pra uma european tour neste inverno e tinha como plano beber o máximo de cervejas possíveis em sua breve estada na Bélgica. Recomendei a Belle-Vue Kriek. Uma cerveja de cereja (kriek) que 15 anos atrás L.P. se encantou na Bélgica e até trouxe umas na mala. Tive que concordar com ele. A cerveja é muito boa. Uma das poucas contribuições gastrônomicas positivas que ele pode dar nestes anos. Ao contrário de toda sabedoria e iluminação que eu trouxe para o seu paladar desorientado na minha breve existência na terra..
O Diego detestou a cerveja. Ai fiquei questionando as minha lembranças. E agora pude beber de novo.
A primeira impressão que eu e o Ipe tivemos esta certa. E a segunda , que o Diego é uma besta, também !
Quem nasceu para rabanete nunca chega a moranguinho !


Mas vou dar um desconto pro Diego, pois se trata de um produto para paladares sofisticados. Requer certo requinte para aproveitar certos sabores. Ainda bem que  gosto não se discute...


Obviamente saí atrás da cerveja e encontrei. Produzida pela ImBev e importada pela AmBev e tá razoáveis quatro conto. É uma lambic, uma cerveja  de trigo de fermentação " natural" , que  não possue a introdução de leveduras para apurar a fermentação. Depende das leveduras do ambiente e provavelmente as que vem junto as frutas que são adicionandas (cereja, framboesa e pessegos) . Resulta disso maior demora e resultados irregulares. Mas  duvido que uma cerveja do grupo ImBev ainda seja feita assim. Vê-se na etiqueta atrás da garrafa que além de trigo a cerveja é feita de malte de cevada. Fala em lúpulo mas não fala em levedura. E no rótulo clássico ainda se gaba que é maturada em barricas de carvalho. Por três anos, diz nas costas da garrafa.


Bebi uma a pouco.
Matei as saudades da Bellevue Kriek.
O aroma de cereja está bem presente quando se tira rolha, não é muito persistente, o buquê, mas certamente é agradável. Tem boa  formação de bolhas e mas o colarinho não é muito denso. Não formou um "brussels lace". Mas aparentemnete isso  é comum  em lambics devido o  método de fermentação. É ricamente carbonatada, talvez por alguma fermentação na garrafa, já que ela vem com rolha ao estilo espumante, mas pode ser agarol  Entendo a recomendação de se tomar em flutes de champanhe. Faz sentido.
A cor rubi convida a beber e matar  a sede. Na boca o gás  e a doçura fruta tomam conta no inicio e depois uma leve  "tanginess" de bala azedinha da uma sensação refescante. A fruta persiste na lingua  e da até para sentir  traços do carvalho. Tem bons 5.1% de alcool, um bom  corpo.
O contraste dos maltes e da fruta. Do azedo com o doce. Fazem desta "bira" um bom aperitivo e um excelente "digestivo" após uma refeição, mas não vejo ela combinando com um prato principal. Obviamente harmoniza com frutas como a cereja, framboesa e o mirtilo. No livro Beer Lover's Rating Guide de Bob Klein ele da duas sugestões para outras Lambic Krieks que ele degustou no livro. Gostei da sugestão de frutas com queijo acho que iria bem com Bellevue. Sobremesas com chocolate, não sei. Talvez um meio amargo de sobremesa.  Acho que um aperitivo duca com  a Bellevue Kriek seria uma pimenta, isso mesmo, pimenta vermelha  dedo de moça, em conserva nova. Tipo as que se compram na fruteiras em Torres. Uma mordida e um gole ou  no pão com  azeite extra virgem. Faria o contraste dos sabores da cerveja com o picante, estilo thay.
Vou tentar e se sobrevivier, digo  se funciona.


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4 comentários:

Anônimo disse...

Em primeiro lugar parabenizo por este "ensaio" sobre os sabores de uma Kriek. Assim documentas algo que tentei introduzir nos limitados paladares de nossa famila "hacen binte anhos" (sic). Assumo meu insucesso e te desejo sorte nesta nova empreitada. Espero que teus leitores e seguidoires provvem e de deliciem com esta maravilhosa cerveja.
Por outro lado vou ter que discordar da sua colaboração no meu paladar.
Reconheço que tens sido um bom aprendiz, embora tenhas chegado em 2007 a mesma conclusão que cheguei em 1987....lentinho hem !!! Abraço IPE

Anônimo disse...

perfeitooooooooo grande conhecedor vou comprar agora e sentir o sabor de 20 anos atras com o fresco do françes

Tinho Kessler disse...

Meu caro Ipe. La ville lumiere nubla tuas lembranças...
Não sou lento. Tais a ver que em muito pouco tempo te suplantei. Ocorre que tinha que retirar a vantagem que tinhas por ser muito mais velho do eu...

Anônimo disse...

Cerveja de cereja é ruim demais. É interessante provar, pra tirar as próprias conclusões. Mas já adianto que é doce pra cacete e tem um final de boca azedo, que chega a incomodar. É ruim, mas o Ipe e o Tinho acham chique pq é européia (apesar de eu só ter visto os imundícias tromando cerveja de fruta na Europa, quem tinha um minimo de paladar não tomava), e por isso se esforçam pra achar bom.

Mas provem e vejam como o Tinho não sabe NADA.