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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Esquina - On the Road...

Rapaz. Não foi nada fácil.
Acordar antes das cinco da manhã tendo ido dormir ás passado das três. O nível de desorientação era máximo depois que tocou o telefone.  Nem sei como me vesti e me lembrei de pegar  a "necessaire", esqueci da escova de dentes, mas lembrei dos energéticos.
Nao não poderia esquecer de todos os remédios necessários pra encarar uma pescaria.
Hipocondria ? Nada disso.



 Sabedoria duramente adquirida em pescarias anteriores. Mesmo sendo Esquina uma cidade com toda a infra-estrutura de farmácias e o preço lá de alguns produtos serem bem mais barato. Eu não iria dar sopa pro azar.
Repelente, antialérgico e pomada anti-histamínica fazem parte do  básico para mim.  Já tive experiências muito desagradáveis com os mosquitinho  "pórvinha"  de Esquina. Outros ingredientes básicos: bloqueador solar porque mesmo no inverno e em dias nublados motivos ficar  exposto ao sol o dia inteiro é dureza. Pomada de Cataflam porque o indio vai ficando véio e vai aparecendo as bichera.  Band Aid,  dipirona e o indispensável kit de anti-ácidos diversos. E é sempre recomendavel levar Engov e Imosec.


Levantei  e botei a primeira camiseta que tinha no armário, e fui de Porto Alegre a Esquina coma polpa da pança escapando por baixo dos pano. Tentava disfarçar mas na primeira parada, café da manhã, o Araújo percebeu. Então imagina o charme.
Em compensação para coçar o bacon é o modelo ideal.


E a claro a minha indefectivel calça de pescaria de tecido leve, daquelas que se transformam em shorts. Fora uma calça de abrigo que acabou sendo inutil porque estava calor foram as unicas calças copridas que eu levei. Levei um short, mas por causa dos mosquitos acabo sempre usando calças compridas.  Comprei esta calça à  alguns anos quando a ARPIA estava fazendo um uniforme. São excelentes pode ser usadas no rio ou em um evento social. Mas agora remendadas e rotas e com o velcro se desmanchando, clamam por justa aposentadoria.
Mas eu estava indo pescar e não à um desfile de moda.
Algo bastante perceptível pela camiseta que eu estava vestindo.


Eu estava preocupado com a estrada. Não queria dirigir porque realmente não teria condições.


A minha primeira pergunta pro Luiz era saber se ele tinha dormindo bem. Não ! Era para ter dormido cedo e não conseguiu. Foi dormir e acordou três ou quatro horas depois e não dormiu mais
E dai já era hora de levantar mesmo.
Porque precisa de um hora pra ficar pronto para sair.
Sabe como é, café, banho e as obrigações. metabólicas.
Na verdade a ordem lógica e eu não estou contando nenhum segredo nem tocando em algum tabú é: café, obrigações metabólicas e depois o banho. Algumas pessoas escovam os dentes.
A razão para tal que pessoas que preciam ficar longe de casa ou de um banheiro confiável por um período prolongado precisam garantir que não irão correr riscos desnecessários. O café é usado como cataliasador da reação o intestinal, já que várias pessoas tem o dito intestino preguiçoso (o meu , muito antes pelo contrário) e fazem uso de café, um copo d'água, uma caminhadinha pela sala, um cigarro ( prática caindo em desuso) e o jornal.
E ai resolvem a segunda parte.
O que acaba levando ao banho. É saudavel tomar de manhã cedo, ajuda a despertar e tudo mais. Mas se toma por causa do suador que é sequela da etapa anterior. No inverno é um tarefa complicada.


Eu fui  acordado quando ele ligou que estava saindo. Devia ter dormido de uniforme, que nem eu fazia nos tempos de Escola Uruguai.


Fomos indo para pegar o Bins e eu perguntei se tava tudo bem para ele dirigir nesta situação. Ele disse que não tinha problema porque o Bins é um cara meio razinza que adora implicar com ele. Ficaria falando que ele  era barbeiro, que ele não poderia  fazer isso e aquilo. Francamente, palpite quando se está dirigindo e assando churrasco são das coisas mais irritantes que existem.
O plano era se irritar com "corneta" e passar a direção para ele assim que possível.


Passamos para pegar o Bins noite escura. Eu completamente desorientado. Comprimentos  de prache e a pergunta . "Dormiu bem !"
"Não . Não consigo mais dormir depois da aposentadoria. Fico jogando poquer online até as três da manhã todo so dias!"


Teriamos que contar com cafeína e adrenalina.


E  mal passou a ponte do Guaíba e o Bins começou a cornetear.


Obviamente  quie as cinco e meia da matina as estradas não tem muito movimento. Então iamos bem apesar da escuridão.


O plano era encontrar o resto do pessoal no caminho.  Eles já haviam pego o Araújo e tinha vantagem consideravel mas não seria problema. Logo deveriamos alcançá-los, pelas  contas do Luiz, já que o Tarci dirigiria a caminhonete do Pintado e era tido com uma lesma.


Que nada. Cem, duzentos kilometros, toca celular e eles na frente. Nos iámos em boa  balada. Logo ou eles estavam mentindo e nos já haviamos passado eles ou pior..
O Tarci havia  enlouquecido.
O Luiz estava pasmo.
O segredo da agressividade do volante do Tarci era que o Pintado estava dirigindo. E eles sabiam que isto ia nos (o Luiz) deixar confusos. Era  uma pegadinha.
Eu havia esquecido. A idade mental regride a pré-adolescência sempre que uma turma sai em uma pescaria. E o incrível é que funciona.


Paramos pro cafe da manhã. Ênfase na palavra café. Pude verificar se as minhas mochilas estavam na caminhonete e ficar tranquilo em relação aos meus apetrechos.


A estrada até Uruguaiana estava extermamante tranquila. Pouco movimento. Espera mais caminhões mas realmente as coisas não andam muito bem economicamente no sentido Porto Alegre-Corrientes então!


Chegamos passados do meio-dia na fronteira. Se faz tudo do lado argentino agora. Serviços unificados. E simplificados. Foi só preenceher a imigração e a mostrar a carta verde para tocar para Esquina. Na sala da Receita Federal Brasileira Muita gasolina em garrafs pet, vinhos  e garrafas de litro de  Budweiser argentina.


 Almoçamos razoalvente bem no posto Shell na estrada que sai de Libres. Bifes de Chorizo, papas fritas, arroz e huevos. Na retranca para não fazer bobagem. Não era  o melhor bife de chorizo do mundo mas tava bom e como diz o Pintado.
" - Aqui na argentina  o pessoal não sabe fazer arroz !".
Ainda me supreende e é sempre verdade. O único pais do mundo em que as pessoas não conseguem ler as instruções no verso do pacote e cozinhar um arroz decente.


A estrada para Esquina como previsto era de boa qualidade. Não esta perfeita mas perto da média das nossas é o Indianapolis Motor Speedway.. Os únicos incovenientes é as paradas da Caminera Corretina. Mas daí se "alcanza"  uns biscoitos e uns chocolates e eles param de te enrolar no posto e não fazem vistorias atrás de mortalhas e cambões ou  alguns quesitos imaginários.


Estrada  plana  e vazia.  Tranquilidade total. Em um carro bom se tem muito conforto, e acaba não sendo   caro porque, por enquanto, a gasolina é bem mais barata na Argentina e se viajando de dia aproveita muito mais a estrada. O  que não se faz na madrugada adentro em um  ônibus. Aonde tu faz qualquer coisa para se distrair.
Bebe, joga carta, ve um video, tenta dormir. Em geral em vão. Tem o pessoal do Dormonid, mas até isso pode desandar...


A única parte ruim de ir dirigindo é que recomendavel viajar de dia e significa reservar mais um ou outro dia além dos dias de pesca.


A paisagem é bonita mas não é particularmente espetacular.  A região que fica a sul dos Esteros do Iberá, Alternaram  o campos aonde pastam  ovinos e bovinos, com alagados, algumas árvores esparças e de vez em quando um "reflorestamento" (o cara que inventou este termo para  justificar plantação de pinus deveria ser preso). Passamos por um  riozinho espetacular que eu não conhecia. O Miriñay, nasce nos Esteros a sul da estrutura do Iberá e escoa pro rio Uruguai.  Então tem aquela cor maravilhosa do Corriente. Deve ser piscoso, é pequeno e meio fora de mão naquela região . É mais comumente pescado na região de Monte Caseros. Perto da triplice fronteira.


Outra reliquia da beira da estrada é a zona de peregrinação ao Gauchito Gil , perto de Mercedes. um santo local  Cheio de gente lá. Pouca infra estrutura, muita produção de lixo.Além do comércio típico : velas e santinhos. Facas, alpargatas e outros itens gauchescos e obviamente c.d.'s pirateados.
O Gauchito Gil  não é um santo abraçado pela igreja católica mas o povo do local o abraça totalmente. Mas neste quesito sou mais a Beata Laura Vicuña, santa milagreira de Junin de Los Andes. Gosto mais de  pescar trutas.


Passando Mercedes tem a entrada para os Esteros del Iberá. Lá tem a  Pousada do Rincon del Diablo. Um  dos melhores lugares do mundo para se pescar dourado. Pode se pescar o Iberá. Pena que a diária é de US$250. A desvalorização do peso não teve efeito lá uma vez que os americanso seguem indo lá em boa quantidade.
A ironia é que e bem frente a entrada da estrada fica outro o posto da Caminera. Lá se foi mais chocolate. Mas um gringo  poderia ser mais generoso.


Chegamos na Cabaña del Soñador era dia ainda. Ganhamos um hora de sol já que nãos fazem horário de verão na Argentina.
Depois que o Tarci. Nosso guia na chegada,que ele já tinha se hospedado lá  errou a local da entrada  por uns vinte metros e parou para perguntar aonde era.  Pudemos, após termos nos deitado deviadamente na cabeça do Taeci, nose instalar e se preparar para pesca.
Limpar um outro molinete, trocar uma linha..  No caso eu por ser o "in house specialist' fazia isto enquanto os outros tomavam chimarrão. Mas a linha da minha carretilha  eu não troquei. Parecia em boa estado, o Pastel tinha trocado na última pescaria e eu tava em tight budget. Fumar um charuto.
Tomar um bom banho. Cada cabana tem um boiler. Os quartos tinham boas camas e ar condicionado e tv a cabo, com o sinal da Globo inclusive
Em cada cabana fica um um freezer. O que é excelente. Cada turma adminstra o seu pescado e dá pra gelar as bebidas. A sala de estar é acanhada  com uma mesinha e banquinhos de palha. Ficam juntos ao freezer.O banheiro é o ponto fraco. Porque não tem box fechado e faz molhaçada, não da para curtir o "banhão a fusel'. Mas tem bidê, sempre útil.
O ponto alto ficou para a comida que é boa e em especial a carne apesar da celeuma do sorvete com doce de leite que vou contar na próxima por que senão não vou chegar na pescaria nunca. E as lanchas são muito confortaveis que é aonde afinal passamos mais tempo.


 O pessoal vai voltar lá na próxima vez.


Os mais emperdernidos se tocaram ao Casino. Os demais ficaram para descansar depois da viagem. Fui atacado de cara pelos mosquitos. Liguei o split á mil. Me passei o fantástico repelente Autan Stick, que a minha tinha Maita me traz da Inglaterra. Não escorrre e não pega nas mãos e é seco para se passar nas roupas. Tem aloe vera, não é agressivo a pele e cheira bem.  Altamente recomendado.


Eu apesar dos energéticos não tinha mais condições para nada, tomei um anti-alérgico e  me atirei na cama. Ainda bem que todo mundo ronca..


<continua>


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2 comentários:

Anônimo disse...

tinho, quero saber dos peixes? dojogo?
mas de qualquer maneira esquina é um grande lugar para se passar dois a tres dias desde que acompanhado de um cigarrinho de musico para tirar a anciedade da falta de peixe.
tinho gosto muito do teu texto serei teu leitor ...abç ADO

Tinho Kessler disse...

To quase chegando nas pescaria...