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quarta-feira, 14 de maio de 2008

O melhor dia de pouca pesca da minha vida (epílogo)

Desta vez encerro ....Quem não acompanhou esta verdadeira saga pode ler os as partes anteriores pelos links abaixo....


Parte 1 - Parte 2 - Parte 3 - Parte 4


Pois estávamos lá eu e o incomparável Beto Saldanha pescando trutas durante um  hatch de mayflies muito pequenas no rio Malleo. Eu tinha pego a esta altura, talvez cinco trutas mas deixe me dizer uma coisa... Tinha muito peixe subindo.
Então a tua primeira sensação que tu chegou numa sanga cheia de lambari e vai encher os baldes.
Nota : Em um passado distante, a minha função nas pescarias familiares na fazenda do Tio Dedê em Palmares do Sul era pegar lambari para ir no fim da tarde pescar traíra de arremesso. Mas isto é outra história.
Depois de muito pastar eu pelo menos tinha descoberto qual era a mosca que eu deveria imitar.Tinha esperança de  pegar várias trutas.
No entanto, uma mosca de cdc, que era a única mayfly adulta que eu tinha de cor e tamanho equivalente aos insetos da eclosão,  é muito delicada e se fica muito molhada ou babada pela  truta ( supondo que tu conseguiste pegar um peixe) acaba  perdendo  funcionalidade. Então o bom é ter várias (não tinha ) e temos que  secá-las bem e reimpermeabilizá- las, o que durante a correria de um hatch e embaixo de chuva é um pavor.


Eu tinha pego umas três trutas  com "duns" e de repente parou....


Frustrante mas previsível.
Uma hora os insetos iriam para de eclodir e as trutas não teriam a comida fácil e parariam de subir. Frustrante porque tanto peixe subindo e eu só pegara três.
Era como tivesse entrado naqueles tubo de vento cheios de dinheiro que  tem na televisão, com todo aquele  dinheiro e tudo que tu conseguir pegar é teu. Tinha milhôes e eu sai com três mil.


Era hora de parar respirar fundo e esperar. Esperar e ter esperança.


Só para lembrar, eu estava testemunhando um dos grandes milagres, no ponto de vista do pesca de trutas com mosca, uma eclosão de mayflies. Começou com os emergers e dai os sub-imagos navegaram rio abaixo enquanto eram torpedeadas pelas trutas do Malleo. Agora as moscas que haviam sobrevivido sairam voando, mudaram para a fase adulta imago, encontraram senão o amor, pelo menos a chance de copular  e assim não morreram virgens em sua efêmera (arrá ) vida e agora estavam prontas pra cair mortas. no rio.


Estando mortas, quase mortas ou até mesmo aleijadas pelo esforço necessário pra perpetuar a sua espécie, as efêmeras  param de voar e em sua maioria caem no rio aonde mais uma vez viram comida de peixe. E estando tão limitadas são comida fácil. As trutas só ficam rio abaixo de boca aberta.


Eu estava esperando que  o show do ciclo da vida chegasse ao fim e que isto ocoresse perto da onde eu estava pois não estava muito a fim de caminhar.


Aqui a minha memória fica um pouco nublada, pode ser trauma. Mas me lembro que  neste interim  fui  a beira do rio, trocar o filme da minha maquina fotografica. Uma Minolta AFS a prova da àgua, a mesma que borrou o meu rosto na truta do Marco Arriba.  Estva chovendo, então fui pra baixo de uma árvore. Troquei o filme e imediatamente embaçou.Obviamente havia um "disclaimer" no manual. A máquna era aprova d'água mas não de humidade. Tampouco à estupidez de seus usuários.
E assim ficou até hoje. Parei de usar a algum tempo apesar  do certo charme das fotos embaçadas.
Mas como todos sabemos fotos em pelicula de revestimento químico  fotossensível é tecnologia ultrapassada e eu agora posso embaçar as fotos no photoshop.
Hoje em dia algumas máquinas digitais vem com softwares que te transformam em artista. Sem tirar o mérito dos olhos do Renato Cassol, algo que voces poderão testemunhar mais adiante quando eu botar as mãos nas fotos que ele fez na patagônia.


Eu ali embaixo da arvore tive também que fazer a negociação do chorizo, o que atrapalhou a pescaria no malleo nos dias que se seguiram, mas talvez tenha atraido a marrom do Benjamin. Talvez o chorizo tenha pertubado a truta a ponto dela enlouquecer e atacar a Chernobyl Ant, creio que o anzol era  tamanho quatro. Lembrava uma sandália Havaianas.


Então as trutas voltaram a subir.


E este fato completava o privilégio de estar na beira do rio  com o famoso Beto Saldanha.
Um hatch completo.


Por sorte, a última metamorfose pela qual passam as mayflies deixam elas de cor mais clara, com asas e rabos mais compridos e traslúcidos. E eu tinha uma imitação mais razoavel para usar. Foi sorte ainda que não havendo muito vento ou talvez muita vontade de voar de parte da moscas, as trutas estavam subindo a poucos metros do lugar aonde eu estava e eu não precisaria sair caminhando muito para pescar o spinner fall.


Por azar, as moscas não eram exatamente grandes e "spinners" ficam planas sobre o filme da agua, razoavelmente inertes, de modo que as trutas as engolem com discreção. Então é dificil de enxergar as trutas tomando.
Mas já não era um problema.
A esta altura do campeonato eu estava devidamente pescado. Como gostamos de dizer para qualificar a nossa satisfação com o meu dia  pesca.
Peguei mais duas trutas que tinham a grande significação de fazerem parte deste incrivel fenômeno.
Uma experiência que nunca mais tive a chance de viver.


Depois disso só nos restava tirar aquelas roupas molhadas e voltar para o templo que é a Hosteria Chimehuin para tomar um gole daquele calvados, que ainda não havia conhecido a fúria de Carlos Henrique Iotti.


A estrada entre o Malleo e o Junin estava em reforma, sendo uma pista já estava aterrada e meio abaixo a outra ainda não. Como o mnemônico Beto Saldanha gosta de lembrar ou poderia ir por ciam ou por baixo e resolvi ir pelo meio. Não foi bem assim. Escolhi a pista de baixo que estava bem escorregadia e só parei de escorregar no barranco do aterro. Nenhuma consequência mais grave a não ser uma rezinha para sair aterro, a explicação furada pro cara da locadora que queria saber como é que tinha tanto barro no carro e aluxação no meu ego.


E esta, senhoire leitores, é a veridíca e quase precisa história do mais incrível dia de pesca em que peguei pouco peixe.
Fiz uma pescaria impressionante no rio Caleufu este ano no qual só peguei um peixe. quem estva lá comigo, o onipresente Beto Saldanha. Mas esta é outra história


A tal truta do Caleufu. Foto by Beto Saldanha



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2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente!!!
Bela truta!!!
PS: Se o Tita não te mandar as fotos logo me avisa que dou uma força... abraço.
Ten Cassol.

Anônimo disse...

Faço um apêlo ao "Pescador sem rosto", que continue a nos brindar com suas histórias vividas ou inventadas.
Um abraço!