Como só li três ou quatro livros na minha vida não posso dar testemunho sobre a grandiosidade da obra de Hemingway. Pelo pouco que sei, ele foi certamente, um sujeito complexo. Em especial pela idéia que ele deu cabo a própia vida por não se conformar com as limitações que a velhice lhe impôs, sendo ele um sujeito um tano vaidoso
Obviamente, a situação é incrivelmente mais complexa. Bastando ver a biografia do sujeito, desde a guerra civil espanhola, seu histórico de acidentes e lesôes. A depressão, que tratada com eletrochoques, se agravou pois ele culpava tratamento de lhe roubar um dos maiores patrimônios que nós temos, a memória.
Aparentemente, isto é um fato médico reconhecido que não sei se era no inicio da década de sessenta. Época em que lobotomias ainda eram populares mundo afora.
O Velho e o Mar, foi me apresentado então pela baba eletrônica em época em que não tendo outras opções a TV Globo se via forçada a passar bons filmes na Sessão da Tarde. Bons tempos em que se podia ver Spencer Tracy no papel de Santiago (ainda deve passar naquelas sessões na madrudaga).
O livro rendeu a Hemingway o Pulitzer e Nobel e firmou ele como um dos grandes nomes da literatura.
Como nunca li o livro não posso me prender em apreciar os inúmeros simbolismos que dizem que o livro contém.
Me lembro meu pai falando de uma entrevista de, se não me falha a memória, Federico Felinni em que comentava as observações dos críticos sobre um filme seu. Obviamente eram de como a obra tinha significados e simbolismos altamente complexos. Para o qual o cineasta italiano teria dito que eram coisas que nunca tinham nem passado pela cabeça.
A história é belíssima. Conta a história de um pescador, o Velho, que estando em "salao", o pior tipo de má sorte, a oitenta e quatro dias sem trazer pesca a ponto que ninguém ni vilarejo queria proximidade dele. A não ser um menino que admira imensamente o conhecimento e a experiência do Velho. Com medo que "salao" contamine o menino, sua familia o proíbe de pescar com o Velho.
Este reune forças pra vencer o mar mais uma vez e parte solitário em um ultima tentativa de mudar o que parece ser o fim triste de sua carreira.
Solitário, ele embarca na maior desafio. Ele pega o maior de todos os peixes e se envolve na maior batalha. Após muito sofrer, ele inicia a redentora volta para ver seu trófeu destruido por tubarões, já que era muito grande para sua pequena embarcação e ele o trazia amarrado ao barco. Apesar do cansaço e de sentir derrotado por não conaeguir trazer o peixe inteiro. Santiago recupera a admiração do menino e das pessoas do vilarejo.
A cena dos tubarões tomou a criança que eu era de grande tristeza. Talvez até traumatizante, pois me lembro até hoje. O que mostra o quão poderosa é a história.
O combate de Velho com o grande peixe e como ele se esforça em superar as suas liitações físicas pode ter inspirado a história das motivações do suícidio de Hemingway. No entanto, a história enaltece também a sabedoria e o valor da experiência, humildade e resignação do seu papel principal. A experiência foi algo roubado de Hemingway pela eletrochoques.
A razão toda deste post é um desenho animado. Em 1999, o cineasta russo Alexander Petrov recebeu o OSCAR de curta em animação por sua versão de "O Velho e o Mar". Feito como uma técnica incrivel em que as cenas são pintadas com os dedos com tinta acrilica se secagem lenta sobre multiplas lâminas de vidro. Como a tinta permite. Pode se fotografar um quadro, modificar a pintura. E fotografar o próximo quadro.
Uma obra belissíma, visualmente impressionate. Ainda mais pensando no jeito em que foi feita.
A horas que eu pensava neste filme e nunca tinha tentado o YouTube.
Ontem eu procurei e achei. A resolução faz pouca justiça a beleza da obra. Mas é maravilhosa de qualquer modo. Razaao pela qual eu "embedei" os vídoes nos posts abaixo e que eu acho que quem estiver lendo agora deveria ganhar vinte minutos vendo estes vídeos.
Tags: o velho e o mar, ernest, hemingway, alexander, petrov, cinema, literatura, animação
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