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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Jorge Ricardo : Homenagem a uma lenda do esporte.

Jorge Ricardo, o Ricardinho, alcançou a  impressionante marca de 10.000 vitórias em sua carreira como jóquei de cavalos de corrida puro sangue inglês. Torna-se o primeiro ser humano a quebrar esta marca e não só é um recorde mundial de vítorias como é um fato raríssimo quando um esportista brasileiro conquista o topo de sua profissão e só por isso já seria digno de nota.


Devido a enfâse dada ao cavalo, os jóqueis as vezes passam desapercebidos aos olhos dos leigos. Longe de ser um mero passageiro, estes profissionais são, talvez, os atletas mais bem preparados em qualquer esporte. A pressão para manter o diminuto peso para que atendam as regulamentos das corridas, a força física para se manter em cima e controlar um animal  de 8,10  vezes com mais massa, que também  são atletas de força explosiva e de instintos fugazes capazes de deslocar esta incrível massa a velocidades superiores a 60 km/h. A coragem necessária para se envolver em corridas que envolvem possíveis choques entre estes animais, quedas a alta velocidade e possibilidade  de ser pisoteado ou esmagado por estes animais.


Entre todos os seres humanos que envolveram nesta atividade desde que se organizou nos últimos 250 anos Jorge Antônio Ricardo, um brasileiro, filho e sobrinho de joqueis é  aquele que sem sombra de dúvida  foi o que fez de forma mais eficiente, desde o primeiro ano de sua carreira profissional fazem mais de vinte anos.


Seria ele o melhor jóquei da história de todos os tempos ?
Impossível dizer.
Não dá para comparar. Como comparar com Luis  Rigoni, Eddie Arcaro, Bill Shoemaker, Laffit Pincay jr. ou Lester Piggot. Outros tempos, outros locais e a impossibilidade de analisar e comparar as circunstâncias que os números não podem quantificar.


Mesmo se tomarmos como comparação Russel Baze, o jóquei americano em atividade que compete com Ricardo pelo título de maior ganhador de todos os tempos teriamos dificuldade de dizer se um é melhor do que o outro. Baze que está beirando a vitória de 10000 monta predominantemente em um circuito de hipódromos menor impacto no mercado americano. Aonde ele é o peixe grande na lago pequeno. Recebe portanto as melhores montarias e em especial pela vontade que propietários que vêm com bons olhos impulsionar as estatísticas do herói local, ajudados pelo fato que ele é provavelmente o melhor jóquei dísponível. Mas vale louvar que ele se  manteve saudável , em forma, e com "garra" para seguir montando em alto nível em  uma carrerira longa o suficiente para alcançar o seu incrível número de vitórias. De forma semelhante, pode-se dizer que em sua carreira na Gávea o Ricardinho foi "beneficiado" pelas melhores montarias que certamente lhe ergueu o 'strike rate'.


Baze ficou no circuito do norte da california e nunca alcançou grande sucesso na grande cena americana, se podemos medir isto só pelo número de vitórias em páreos de grupo e pela importância de suas conquistas. O mesmo não pode-se dizer de J. Ricardo, que apesar de umas sorveteadas históricas no Bento,  conseguiu  ganhar todos os clássicos de peso que a ele era possível. Pode-se dizer que é fácil "varrer" o Brasil, o São Paulo e o Pellegrini quando se está no dorso de Much Better. Mas ele certamente fez por merecer esta posição.


A razão pela qual Ricardinho se mantém no topo é o seu profissionalismo. Já em idade em que muitos de seus colegas buscam aposentadoria em especial por não conseguir manter a o peso, ele está enxutíssimo tanto no peso quanto na forma física: resistência e força. A três anos a vantagem sobre Baze era muito maior e  no entanto o joquei brasileiro resolveu  "raise the stakes" e se transeferiu para a Argentina.
Nunca ouvi ou li  uma declaração dele sobre esta decisão, mas da minha certa distância  posso enumerar alguns bons motivos : Mesmo durante a crise econômica as carreiras na Argentina sempre foram bem sussedidas( no ano do corralito, $1.000.000 apostados no dia do Pellegrini, com facilitação do cartão de crédito), o circuito porteño tem carreiras com programas cheios  de  terça a domingo e uma vez eu vi no programa do Jô Soares em resposta a uma pergunta específica,  ele disse a Argentina era o único lugar aonde que era reconhecido em  público, nas ruas ( algo testemunhado pelo Judeu Westphalen). 


E mesmo sendo ídolo, ele teve que se submeter a um periodo experiemental, aonde não tinha tantas montarias ( se não me engano ele estava em contrato de exclusividade) e ter que competir com turma fortíssima e nomes já estbelecidos como Pablo Falero e Jorge Valdivieso. Mesmo os detratores falando que o sucesso se deve a obsessão com o recorde que o leva  montar todos os dias, o maior número de carreiras possiveis, são obrigados e admitir que ele é submetido a competição muito mais dura que Baze. Que está conquistando clásssicos importantes e no ano que passou não só foi o campeão das estatisticas como bateu o recorde de vítorias em um ano de Falero. O que é a formidável em qualquer circunstância.


Um testemunho do Mano,sobre uma passagem do Ricardo no Cristal anos atrás  explica muita coisa:. Vindo de fora para uma festival de jóqueis, um encontro  mais festivo do que signifaicativo às suas  estatísticas. O joquei tão logo foi possível se interou sobre os cavalos que correriam contra ele, dos seus  estilos de corrida e das condições da raia. Assim ele estava fazendo o handicapping das carreiras que montaria preparando a estratégia para os páreos.


O propietário de um cavalo que contrata Ricardinho pode ter certeza que não só está pondo seu cavalo nas rédeas de um craque. Um sujeito que mesmo já tendo conquistado tudo que poderia conquistar vai realizar do momento em que se abre o partidor até cruzar o disco tudo o possível no melhor interesse de quem o cotratou. Não impostando a qualidade do animal nem a importância da carreira..


Ano passado finalmente, como se fizesse diferença,. Jorge Ricardo ganhou o Bento. E eu tive o prazer de poder admirar e aplaudir um verdadeiro craque. Que mesmo já tendo conquistado e quase exaurido as possilbilidades de sua carreira segue no topo em um nível altíssimo de competição o que prova como disse um articulista americano notando o seu sucesso na Argentina que ele segue "de plena posse de seus consideráveis recursos".


Jorge Ricardo, um atleta fenomenal um dos melhores da história  de nosso país em todos os tempos  em qualquer esporte.  Que merece o reconhecimento equivalente aos seus iguais : Oscar, Guga, Ademar Ferreira da Silva, Gustavo Borges....
Senão o  melhor jóquei do Brasil e de Mundo de todos os tempos. Certamente aquele que será  certamente citado entre poucos e que pelos anos que virão será o padrão pelo qual grandeza nesta  atividade será comparada.



Much Better


Jorge Ricardo.  Dez mil vitórias, maior ganhador da história em todo mundo.Um herói, injustamente, pouco conhecido do esporte brasileiro.


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