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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Homenagem a Fernando Westphalen (Judeu)

A inesperada partida do Judeu acabou me pegando de surpresa.


Apesar de estar acompanhando sua hospitalização estava muito esperançoso na sua recuperação.


Acometido de uma tristeza muito grande tive dificuldade de iniciar essa homenagem.


Mais que um tio (tio Nando), o Judeu era um amigo e minha memória remonta as caronas no corcel pro prado.


Um amigo que esteve comigo em todos os bons e maus momentos desde uma sombria noite de 25 de julho qu\ndo ele estava ao meu lado, como no falecimento do GK , no meu casamento, na compra do meu primeiro apartamento no suporte a Dona Rosa na viuvez, enfim os braços sempre estavam estendidos para nos acolher



E quando lhe abraçava e agradecia, ele sacudia as mãozinhas e dizia: " - É isso ai cara! "


Como quem diz algumas pessoas nascem para fazer o bem.



Gênio das palavras, os papos com ele eram sempre ricos e bem humorados. Humor sarcástico, inteligente e divertido. Um apaixonado pela família e pelo turfe.


Acolheu os sobrinhos na paixão do turfe, para alguns efêmera, mas outros como eu e Tinho, ficamos marcados no DNA.


A mesma paixão que o levava a fugir do colégio para o Moinhos de Vento, hoje leva o Tinho a distribuir barbadas na Codere para os pareos mais esdrúxulos e distantes como Austrália e África do Sul e a mim de programar meus passeios pelo interior da França passando pelos pequenos e belos hipódromos franceses.



Um homem de esquerda a qualquer tempo. Na família, já não somos muitos. E o mais poderoso de nós, que manteve seus princípios intactos, nos deixou.




Cultivo também a mesma paixão pelos vinhos que ele tinha.


Agora, até por obrigação, por estar morando na França e para lhe mostra
rminha evolução em relação à quando ele me criticava em seus churrascos de domingo.Por beber cerveja e não comer doces, que ele considerava falta grave.



Estive em Porto Alegre em abril por uma semana apenas e não consegui encontrar muita gente da família. Mas essas coisa que não conseguimos explicar, resolvi ir comer um peixinho na cocheira, para encontrá-lo e entregar os livros de corridas que sempre guardo para ele e Tinho.


Estava escrito que nos veríamos apesar da distância.



Por morar longe, não pude estar presente na sua despedida.


Não por coincidência, estava em Compiègne fazendo aquilo que o Judeu mais amava, vendo corrida de cavalos, em uma viagem que tinha programado a mais de um mês.


Não estava presente de corpo a sua despedida, mas com certeza ele estava comigo admirando o balê dos puro-sangues no simpático hipódromo de Compiègne.




Por tudo que já se escreveu por sua coragem de enfrentar a ditadura e ajudar amigos em apuros àquela época,pela sua genialidade como homem de comunicações,o Brasil perde um dos seus grandes.


Mas a perda da nossa família imensurável.


Quanto ainda tínhamos ainda a aprender com ele....



A família, tia Judite, Celo e Marcia. Um grande beijo


Ao Judeu, Obrigado por tudo !




Luis Felipe Kessler


Le Sorcier Cardinet




Technorati :

2 comentários:

Ricardo Westphalen disse...

Ipe e tinho,parabéns pelos textos.

Tenho certeza Que a Márcia e o Celo gostaram muito.
Eu,como bom sentimental que sou,chorei e me emocionei lendo-os.E,isso por incrivel que pareça,me aliviou a alma e me fez muito bem.

Como acho que esse era um dos objetivos de vocês ao escreve-lo,parabenizo pelo feito.

Como diria o vô Moises(e Augusto Conte heheh):
"Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos": Essa frase pra mim se encaixa direitinho o que sinto em relação a esse meu querido tio...

Anônimo disse...

Queria saber ou conseguir escrever como tu e o Tinho fizeram, mas não sei ou não consigo. Faço minhas as palavras de vocês. Eu não conseguí falar com a tia Judite ou com a Márcia quando soube do falecimento do tio; não sabia o que dizer. Falei com o Celo; espero que ele tenha dado meu abraço as duas. Vamos todos sentir muita falta do tio Nando.
Obrigado por terem escrito no blog,
Tony