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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Recuerdos do Chimehuin - Prólogo

É tarde da noite e não consigo dormir. Entre um episódio de IBS, o calor da noite e o zunido da tevê que passa o jogo da NFL ( Carolina x Tampa Bay).


Fecho os olhos mas o sono não vem...


As idéias passam a a circular por minhas memórias como fantasmas nesta grande mansão abandonada que é a minha mente.normal_Tinho.jpg


O Pescador Sem Rosto, meditando depois do vinho.


A busca do sentido da vida começa nas barrancas do Chimehuin...


Algumas dessas assombrações são as lembranças da minha ida recente à Patagônia ( e lá já se vão sete meses). E de um problema que vem me incomodando. Como as boas histórias que lá aconteceram, não conseguiram se transformar nos causos que eu gosto e, às vezes, preciso contar.


Logo que voltei resolvi que iria "passar para o papel" em ordem cronológica. Isto se tornou um obstáculo porque os fatos mais interessantes não chegam em ordem de chegada.


Estes "melhores momentos" acabam ganhando certa dileção na memória e acabam tendo tratamento preferencial na fila. Como uma gestante ou um idoso que vai ao banco.


Talvez a melhor analogia envolva uma mulher muito bonita que recebe tratamento preferencial por sua aparência.


Na minha tentativa de gerenciar esta fila eu usei um approach pouco profissional e resolvi deixar de lado certos fatos menos interessantes.


Descobri que ainda algo talvez chato ou constrangedor pode ter importância para a seqüência dos fatos. Como nas aulas de história do Prof. Pontello. Devemos buscar as causa e a conseqüências para que entender como as coisa aconteceram.


Entendendo os porquês, talvez eu me capacite a contar os tais causos.


Assim, revisitando um dia frustrante de pesca na confluência do Malleo com o Aluminé, eu acabei sendo visitado por fantasmas de uma outra tarde de pesca pouco agradável. Lá em 2001, no Ñorquinco. E só então eu consegui achar o fio de meada. Descobri a solução da equação.


E agora estou escrevendo....Tem aquele probleminha descrito por Gierach. Ás vezes, o pescador/escritor acha que a história é extremamente relevante. Até tentar contar esta história e descobrir que era tão somente pesca.


Mas com sorte podemos almejar um pouco de Norman Maclean que disse* : "a storyteller's belief that at times life takes on the shape of art and that the remembered remnants of these moments are largely what we come to mean by life".


* Em Young Men and Fire : livro em que relata o destino fatal de 13 bombeiros que atuaram no incêndio florestal de 1949 em Mann Gulch, Montana. Deixei em inglês pela eloquência de Maclean na lingua inglesa e pela minha falta de eloquência na língua portuguesa.


Nunca li este livro. Tirei a citação da crítica ao livro "The Norman MacLean Reader" do Los Angeles Times.




Mas para deixar as coisas ás claras : " a crença do contador de histórias que às vezes a vida toma forma de arte e as reminescências destes momentos são em sua mairoia o que nós viemos a entender por vida."

Um comentário:

Anônimo disse...

Feliz Ano Novo!
Que 2009 seja um ano de muito boas inspirações, para que os visitantes deste blog, possam ter o prazer da leitura e te acompanhar nas pescarias e demais histórias que "pintem e bordem ou te assombrem" por aqui.
Um grande abraço.
Sandra