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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Bordeaux - Vinho é coisa séria! ou O Renascimento de Louis Phillippe

Jamais diga que conheces os vinhos e as "vignobles" sem visitar Bordeaux, ou melhor, sem visitar a Aquitaine.


Em 4 dias me encontrei como em um outro mundo. Mundo que nós, pobres mortais, temos muito a aprender para chegar a mínima compreensão dos sabores escondidos em seus “terroir”.


Situada a sudoeste da França a região de Bordeaux nos oferece os Médocs, Haut-Médocs, Pauillacs, Margaux, Premier Côtes de Bordeaux, Saint Emilion, Pomerol, Graves, Pessac-Léognan e Sauternes, para citar as regiões  mais famosas.


É muita coisa para quatro dias e tive que ser seletivo.


A região é linda e ainda tivemos oportunidade de visitar a Bassin d’Arcachon para degustar ostras, ver o oceano Atlântico e as belíssimas Dune du Pilat, um imenso conjunto de dunas a beira-mar.


Não preciso dizer que visitar Saint Emilion era uma obrigação.
Fiz a visita obrigatória, o passeio do trem por entre as vinhas.
A parada no Château de Rochebelle para visitar a cave, degustar e, definitivamente, iniciar a minha cave pessoal. Começar com um Gran Cru Saint Emilion c’est pas male.
Na passagem passei também na Cave Clos de Madeleine onde tive uma atendimento de primeira e degustei os vinhos. Interessante é que a cave produz em Saint-Émilion e também logo em frente cruzando a estrada praticamente o mesmo "terroir" porém e não pode chamar pela "apellation" Saint-Émilion. Neste caso um excelente Bordeaux a poucos metros dos Saint-Émilion.
Em Saint-Émilion
existe uma cidade subterrânea que são as caves.


Na seqüência selecionei Margaux e Graves como duas regiões a visitar.


Em Margaux, cai de amores pela cave Preurié-Lichine (classé 4éme Grand Cru em 1855).
Seus 45 hectares com vinhas com média de 25 anos nos proporcionam, além de vinhos excepcionais,  uma história muito interessante.


Nos anos 50 foi comprada por um russo (Lichine). M.  Lichine se tornou um dos papas do vinho e em 1980 escreveu "Encyclopédie des Vins et des Alcools (de tous le pays)".
Seu filho Sasha não herdou a mesma paixão pelo vinho e vendeu em 1999 a família Ballande. Hoje os vinhos são rigorosamente  controlados pelo enólogo Michel  Rolland.


Em seguida, parti em direção norte direção Pauillac, onde tinha encontro marcado com o Château Mouton R
Rothschild.


Em seguida, parti em direção norte direção Pauillac, onde tinha encontro marcado com o Château Mouton Rothschild.


Uma cave subterrânea, um museu do vinho e uma história de família e paixão pelo vinho.


Philippe de Rothschild assumiu o Chateau Mouton de Rothschild com 20 anos em 1922, na época um playboy, que chegou a participar do Grand Premio de Mônaco em 1929 e que viria a dedicar sua vida aos vinhos. Revolucionário em  1924 começa engarrafar toda a produção au Château. Em 1932 lança o Mouton Cadeaut. A partir de 1945 um artista era escolhido para criar o rótulo de seus vinhos. Artistas como Jean Cocteau, Salvador Dali, Joan Miró, Marc Chagall e Andy Warhol emprestaram sua arte as garrafas do Baron de Rothschild. Dois dos mais famosos rótulos foram os de 1973 e 1993. Em 1973, o Baron pediu a família de Picasso, recém falecido, para colocar o famoso quadro Bacchanale no rótulo daquele ano. O rótulo de 1993, que mostra uma mulher nua, tem uma história interessante. Todas as garrafas exportadas aos Estados Unidos foram devolvidas por serem consideradas impróprias e um rótulo especial foi criado para os americanos.


Hoje com vinhos na Califórnia e no Chile (em sociedade com Concha y Toro) no Valle de Maipo.


http://www.bpdr.com/fr/default.asp


O Barão faleceu aos 86 anos em 1988 e a Baronesa Phillippine de Rothschild passou a conduzir os negócios da família.


Vinhos realmente levados a sério. Degustei com prazer!*


Em Graves comecei por um Chateau mais novo, o Jouvente. Simples e de boa qualidade. Em Graves descobri a apellation Pessac-Leognan e duas caves excepcionais pela qualidade do vinho e pela beleza da cave. Le Chateu Haut-Bailly, que nos afirmou vender toda sua produção anualmente em apenas 30 minutos de leilão. Comprei um 2005 que foi, segundo ele, a melhor safra dos últimos 50 anos.


Outro maravilhosos Pessac Légonan é o Chateau Smith Haut Lafitte.


Como puderam ver falei muito de "terroir" e de "appelation" e pouco da cépage (uvas), pois a cépage aqui não é o mais importante e sim o terroir e a assemblage. Por exemplo os St Emillion são dominantemente Merlot (80%), enquanto que os  Medoc e Haut Medocs podem ter até 60% de Cabernet Sauvignon.


Meus amigos, quatro dias que  me deram uma pequena visão do grande mundo dos vinhos.
É claro que a cada chateau descobres que o vinho daquele terroir é melhor que o anterior e que é o seu paladar que deve definir  a sua escolha.


De qualquer forma um passeio incontornável e inesquecível ( mas felizmente não inenarrável) que ajuda "les amateurs du vin" a  começarem sua cave ...



(continua).
* Nota do Redator : Devido a "tuba" na Maison Rothshild e especula-se que Pére Nöel não irá fazer um visita muito "joyeux" para Petit Arthur.


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