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sábado, 20 de dezembro de 2008

Louis Phillippe fora de controle...


Nosso correspodente Louis Phillippe está fora de controle.


Além de ter arrebentado com a verba de representação, diárias e o sálario do TTKOS em algumas "piéges a touristes" bordalesas.


Nosso correspondente do que costuma dar muito trabalho para o nosso laboratório fotográfico aonde por vezes pode se ouvir ecos da sabedoria do falecido Edgard Planella dizendo os seus dez ou onze palavrões preferidos.





O mapa não está muito legível mas dá para dar um idéia da complexidade da coisa.


Encantado com os "vignobles", grand crus e chatôs, L.P. se acometeu de "name dropping fever" e um uma clara demostração que não sabia do que estavam falando os seus anfitriôes em Bordeaux enquanto alegremente comprometia o patrimônio familiar em nome de sua recém iniciada adega.


Mais uma vez a redação do TTKOS, faz o serviço sujo e vai ajudar L.P. entender o que ele escreveu.


Vignobles, imagino que ele saiba esta, são as vinhas ou como dizem no Vale do Vinhedo, o "pareiral".


Grand Cru...


Hmmm. Aqui é que a coisa fica interessante.


Literalmente ou quase, grand cru que dizer "excelente crescimento". Cru vem do verbo croître, crescer e o grand é grande mesmo mas adjetivando a qualidade e não o tamanho e quantidade. Afirmo isso, porque o "stress", outro termo muito usado do dicionário pedante do enófilo enrolador, proporcionado por solo e clima bastante rudes,e fazem que as tais vignobles não produzam quantidade ( não tem "quilo", como as boas uvas de nossa serra) mas em seus poucos frutos concentram as qualidades ee geram estes vinhos maravilhosos.


A expressão grand cru meio que confundida com grande qualidade é uma classifcação do vinho especificamente produzido por um vinhedo específico, basicamente seu "terroir" ( outra do tal dicíonário). Começou em 1855, quando da Exposição Universal de Paris, o imperador Napoleão III que queria uma classificação que qualificasse o valor e a categoria dos vinhos de Bordeaux.


Assim, a golpe de pena, criou-se um "ranking oficial" classificando a produção de cada chateau pela qualidade de seus vinhos, algo que está relacionado com o terreno da aonde são retirado as uvas. E não por quem faz o vinho ( já que um chateu pode trocar de propietário e a mão de quem faz pode gerar vinhos de diferente qualidade ou da qualidade da safra.


A classificação de 1855, dividia em ordem decrescente de grandeza em cinco faixas de qualidade notável : premier crus, seconds ou deuxièmes crus, troísième...


A exceção do Chateau Haut-Brion de Graves todos os vinhos são do Médoc. Para os vinhos doces brancos de Sauternes e Barsac foi feita uma classificação diferente ( Premier Cru Supérieur, premiers cru e deuxème crus).


Depois vieram classificações de AOC para os vinhas da Alsácia e da Borgonha.


Outro fato notável derivado da histórinha de L.P. é a biografia de Alexis Lichine.


Lichine, fugiu do comunismo para os Estados Unidos e se tornou um dos personagens mais importantes da história moderna do vinho. Primeiro gerente de vendas de Framk Schoonmaker, importante importador e comerciante de vinhos e autor famoso nos Estados Unidos nos anos após a Lei Seca. Em associação com Schoonmaker, convenceu os produtores americanos a qualificar seus vinhos não por um nome genérico apropiado das apellations francesas( borgonha, chablis) mas pelo nome de seu varietal (cabernet sauvigon, merlot , etc...) o que gerou um grande aumento nas vendas dos vinhos americano e prática comum até hoje em todo mundo.


Mais tarde se radicou na França para botar mão a obra adquirindo o Chateau Le Prieurie (um quatrième cru em 1855) e sócio e gerente do Chateau Lascombes ( Second Cru ).


Lichine que também se notabilizou como autor de obras foi um grande crítico de algumas das inadequações da classificação oficial ( que agrega grande valor as garrafas dos vinho que podem ostentá-las) e não sendo capaz de mudar a classificação ele própio lançou sua própia classificação. Classificando os vinhos tintos de Bordeaux (Haut-Medóc, Pomerol, Saint-Émilion, Graves) em ordem decrescente de magnificência, Crus : Hors Classe, Exceptionnels, Grand Crus, Supérieurs e Bons Crus.


Nos Hors Classe nenhuma mudança a classificação de 1855 mas a adição de vinhos do Pomerol e de Saint-Émillion. Lascombes permanceu no segundo time mas o Prieirie-Lichine subiu para a desejável marca de Grand Cru. Em uma atualização de sua lista em 1978, alguns vinhos foram rebaixados.


Como podemos ver a rápida passagem por Bordéus nos levou muito longe e ainda muito há para ser explorado por Louis Phillippe no mundo dos vinhos. Com sorte a jornada o torne mais sábio também.

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